quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

LONGE DOS GRAMADOS, ZETTI DEDICA TEMPO À FORMAÇÃO DE NOVOS GOLEIROS

          Especialista no posto sob as traves, o portofelicense Armelino Donizete Quagliato, mais conhecido como Zetti, de 46 anos, concedeu entrevista exclusiva aos repórteres da FPF na sua escolinha de futebol, onde relembrou momentos de sua carreira como atleta e contou os projetos que tem em mente para o futuro.

          Em quase 20 anos de carreira, Zetti conquistou quase todos os títulos que um jogador de futebol almeja. Além de se sagrar campeão da Copa do Mundo de 1994, o goleiro conseguiu se destacar por três equipes de ponta da capital paulista. Pelo São Paulo, equipe onde o ex-atleta mais levantou troféus, foram dois Campeonatos Paulistas (1991 e 1992), um Campeonato Brasileiro (1991), duas Copas Libertadores (1992 e 1993), dois Mundiais de Clubes da FIFA (1992 e 1993), duas Recopas Sul-Americana (1993 e 1994) e uma Supercopa da Libertadores (1993). Já pelo Santos, Zetti faturou o Torneio Rio-São Paulo (1997) e a Copa Conmebol (1998). Jogou também no Palmeiras, onde iniciou a carreira.
          Responsável por defesas milagrosas ao longo da carreira, Zetti não tem mais idade para praticar o esporte, porém inovou no âmbito e já comanda há três anos uma escolinha de futebol com ênfase somente em goleiros. Concentrado ao passar os ensinamentos aos alunos, o ídolo de Palmeiras, Santos e São Paulo fez questão de finalizar o período da aula para atender os repórteres da FPF.
          Muito sereno e objetivo, qualidades vistas desde os tempos de jogador, o ex-goleiro fez questão de nos apresentar a escola ‘Fechando o Gol’, localizada no espaço Clube Banespa, no bairro de Santo Amaro. “É um trabalho somente para goleiros. O intuito era dar oportunidade a goleiros amadores de treinar com um profissional da área. Montamos uma equipe com nove ex-arqueiros voltados para ensinar aos jogadores além da parte física, também a parte técnica e a coordenação motora”, explicou Zetti, que esclareceu sobre não haver faixa etária para a pessoa se matricular na escolinha.
          “Nós temos alunos desde os oito até os 60 anos. Funcionamos quase como um personal trainer de goleiro. Crianças, adultos, amadores e profissionais poderão se especializar na posição. Com o conhecimento que tenho da profissão e sempre auxiliado pelos preparadores físicos, nós conseguimos tirar o máximo do aluno. Aqui a pessoa vem porque gosta de jogar debaixo das traves”, afirmou.
          Perto do esporte graças aos garotos da escolinha, Zetti não tem uma aproximação tão fervorosa com o futebol profissional desde 2009, quando treinou o Paraná. Segundo o ex-goleiro, os bastidores do mundo da bola o influenciaram a não seguir na profissão. “Existe muita coisa extracampo que me frustrou ao longo da jornada como técnico. Hoje em dia não me vejo mais comandando nenhum time. Mantenho-me próximo ao futebol com essa escolinha e fazendo palestras e eventos sobre diversos temas”, ponderou Zetti, que chegou ao vice-campeonato Paulista de 2004 pelo Paulista de Jundiaí e o acesso para o Campeonato Brasileiro da Série A com o Fortaleza, no mesmo ano.
          Apesar do bom trabalho nos poucos oito anos como treinador, Zetti atingiu seu ápice no futebol vestindo luvas e realizando milagres sobre a meta na área ‘onde a grama não nasce’. Campeão da Copa do Mundo de 1994 como suplente, o ex-goleiro revelou no bate papo que não levou mágoas do banco de reservas, mas sabia que tinha o potencial para assumir a posição de titular. “Naquela Copa os três goleiros tinham condições de ser titular. O Taffarel estava em uma temporada brilhante e mereceu ficar com a vaga. O que posso lamentar em termo de Seleção Brasileira foi nas Eliminatórias de 1993. Nessa época eu estava no auge da minha carreira. Fui campeão da Libertadores, Mundial e Bi-Paulista com o São Paulo e nem por isso recebi uma chance”, disse o arqueiro, que além de Taffarel tinha Gilmar como companheiro naquela Copa.

          Zetti ainda concluiu mandando uma mensagem de parabéns ao clube do Morumbi, já que o tricolor completa 76 anos no dia 16 de dezembro. “Gostaria de parabenizar o clube e a agremiação São Paulo Futebol Clube. Tive a oportunidade de comemorar grande parte dos melhores momentos da minha carreira nessa equipe. As equipes de 1992 e 1993 ficaram marcadas na história do futebol mundial e devo isso ao São Paulo. Esse foi o clube que me deu a oportunidade de levantar o troféu mais desejado por qualquer jogador de futebol, que foi a Copa do Mundo de 1994”, finalizou o ídolo Zetti.

Guilherme Franco
Especial para o site da FPF

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